Autoridades se reúnem para buscar criação de um consórcio de segurança pública

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Representantes de 16 municípios estiveram presentes, além de lideranças na área de segurança pública, para a apresentação da proposta que prevê, dentre outros serviços, a integração dos municípios através de muralha eletrônica nas divisas territoriais

Autoridades políticas, bem como do setor de segurança pública da região do sul de Minas, se reuniram na tarde desta segunda-feira, 09/06, para uma reunião promovida em Andradas, para discutirem a criação de um consórcio de segurança pública. A reunião de municípios com esse propósito de aumentar a sensação de segurança da população, e ainda, integrar de maneira inteligente os municípios, tem um nome sugerido: o Cisulfront- Consórcio Inteligente de Segurança Pública do Sul de Minas e Fronteiras Paulistas.
Na reunião proposta pelo prefeito de Caldas, Ailton Goulart, foram convidados 24 municípios e, destes, estiveram presentes o idealizador do encontro, e também alguns prefeitos como os de Albertina, Felipe Sanches, de Cabo Verde, Claudinho, de Congonhal, Junior, o de Monte Sião, Juninho Zucato e o de Poço Fundo, Renato Ferreira. Enviaram representantes, dentre outros, os municípios de Ipuiuna, e o de Andradas que, apesar de ter sido escolhido como município sede, para a reunião, devido a sua posição geográfica estratégica, contou com a presença do secretário de governo, e não, da prefeita Margot Pioli, que justificou compromissos previamente agendados.
Durante o encontro, uma empresa que já atua no segmento de inteligência para cidades monitoradas expôs como esse tipo de monitoramento pode prevenir e reduzir a criminalidade em até 88%, e ainda, colaborar em outros aspectos da gestão pública, como a ampliação de acesso a Wi-Fi e na limpeza das cidades, com a utilização das imagens captadas pelo sistema para colaborar com a identificação de cidadãos que não respeitam os espaços públicos, por exemplo.

 

Cidades inteligentes
Os especialistas reservaram um tempo da apresentação para diferenciar o conceito de cidades digitais com cidades inteligentes, sendo este último conceito o pretendido a ser praticado pelo consórcio, se criado. As cidades inteligentes, segundo eles, não são só monitoradas por câmeras de segurança, uma vez que estas atuam em repreensão ao crime já praticado. As cidades inteligentes se propõem a impedir a ação de bandidos, com algumas ferramentas, como a implantação da chamada ‘muralha digital’, um dos programas oferecidos por esta plataforma. Através dela, todas as divisas geográficas são filmadas e monitoradas 24 horas por dia, e permanecem conectada às guardas municipais, às polícias militares e rodoviárias que passam a ter, em tempo real, informações cruzadas sobre veículos suspeitos, mesmo que eles troquem de placa, por exemplo, o que tem sido praticado, recentemente, para confundir o serviço das forças de segurança.
Um outro ponto que mereceu destaque na reunião foi a preocupação com a prevenção dos furtos e roubos praticados na zona rural. Uma das dificuldades pra se evitar tais delitos, segundo gestores presentes, é a falta de energia elétrica em pontos mais distantes da sede, o que dificulta o acesso a uma conexão de qualidade. Quanto a isso, os técnicos da empresa que oferece a gestão desta cidade inteligente garantiram que é possível sanar com a instalação de placas solares, nos lugares onde não há energia elétrica, para manter as câmeras de segurança funcionando, e ainda, a oferta de conexão por satélite.
Sanadas as dúvidas e com o claro interesse dos gestores, e apoio das forças de segurança, para a criação deste consórcio, o prefeito de Caldas obteve aprovação dos presentes para que os representantes do Consórcio CPGDI, sediado em Andradas, e que cuida da iluminação pública de alguns dos municípios presentes à reunião, entrem em contato com as prefeituras, como um facilitador, para saber do interesse e adesão de cada uma em fazer parte deste novo consórcio de segurança pública. A julgar pelo apoio demonstrado na reunião, algo que deve se concretizar em breve.

Preocupação com a zona rural
O prefeito de Poço Fundo, Rosiel de Lima, explanou sua preocupação com os roubos na zona rural, principalmente, em regiões produtoras de café, como é o caso de seu município, como o maior desafio atual dos gestores públicos. E garantiu interesse em inserir Poço Fundo no consórcio.
Outro prefeito entusiasmado com a ideia do consórcio de segurança pública foi o da cidade de Monte Sião, Juninho Zucato, quando disse que já estava em vias de contratar serviços de videomonitoramento na cidade mas que, diante do que foi apresentado na reunião desta segunda-feira, vai suspender o processo que vinha fazendo, de maneira individual, e aguardar a viabilização do consórcio.
Ele, assim como outros gestores, levaram em consideração a informação do anfitrião, Ailton, que disse que os custos para a implantação desse consórcio de segurança são pouco maiores aos da implantação de videomonitoramento somente, nos municípios. E com a vantagem desse sistema apresentado na reunião, de cidades inteligentes, os gestores passarem a ter uma leva maior de opções e, principalmente, o trabalho integrado entre os municípios que permite que todos os vizinhos estejam preparados para o combate à criminalidade sem que, na outra ponta, um município desguardado seja uma opção para criminosos, rompendo essa corrente de proteção.
“É sabido por todo mundo a precariedade enfrentada hoje pelos municípios, devido à sensação de falta de impunidade, pelo fato dos bandidos saberem que, dificilmente, serão presos. Isso porque nos nossos municípios, nós temos uma malha de estradas muito grande. Só no meu município, por exemplo, são mais de 3.500 quilômetros de estradas. É difícil pro policial fazer esse trabalho de monitoramento. O Estado também tem as dificuldades dele. Então, é preciso nós ‘municípios’ nos ajudarmos, pra que não fique cada vez pior. A ideia é juntar os municípios da nossa região, mais alguns municípios de São Paulo, pra que nós consigamos fechar nossas fronteiras. Caldas por exemplo, tem divisa com oito municípios. Nossa intenção é que, a partir do momento que ocorra um furto, ou qualquer outro tipo de crime na nossa cidade, que o bandido tenha dificuldade de passar por esse cerco. É a chamada muralha eletrônica. A pessoa pode ter certeza que se ela praticar algum crime, nestas cidades que comporão este consórcio, ela vai ser pega. E isso vai trazer uma tranquilidade, principalmente, pro pessoal da zona rural, que vem sofrendo com o furto de gado, de café, de maquinário, e tudo mais”, afirmou Ailton.

Redução de custos através do consórcio 
O prefeito de Caldas ainda continua reforçando aspectos positivos do consórcio. “Se nós conseguimos avançar em muitos aspectos da gestão pública, como por exemplo, na área da saúde, é porque nós aderimos a consórcios. Hoje o modelo de administração pública pra cidades pequenas, e até de médio porte, são os consórcios. Até para as cidades grandes, pois não adiante essa cidade se cuidar, se os vizinhos não estão se cuidando, se monitorando. E se fossemos gastar um valor x para a implantação deste modelo, nós vamos gastar bem menos que isso, com a união de outros municípios, pensando num consórcio de apenas 20 municípios, a princípio. Mas, a partir do momento que se estruturar esse consórcio, será possível amplia-lo para 30, até 40 municípios participantes, enfim”, resume Ailton.
Para o Tenente Adalberto, que comanda hoje os trabalhos da Polícia Militar na região de Caldas, Santa Rita de Caldas e Ipuiuna, a união destes municípios é de extrema-valia para a segurança pública regional. “A viabilização deste consórcio, sob os moldes que foi apresentado na reunião, é de suma importância para a colaboração nos trabalhos das forças de segurança pública. Hoje em dia, as cidades contam com o videomonitoramento, mas ele é feito de modo remoto, ou até mesmo após o fato ocorrido. E o consórcio muda isso, dentre outras vantagens, como a cerca eletrônica, que consegue se comunicar com outros municípios. Se os municípios aderirem, com certeza, o Consórcio vai ser uma ferramenta que vai ajudar e muito na redução da criminalidade, e até mesmo na solução de alguns crimes. Ainda de maneira mais confiável e mais célere”, afirma o Tenente.

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